quinta-feira, 28 de maio de 2009

População x Centros Urbanos - restauração dos centros urbanos

Constantemente vem sendo estudadas diferentes formas de restauração dos centros urbanos do Brasil. Exemplos como o Pelourinho em Salvador, que vem sofrendo este tipo de intervenção. Barcelona, Nova Iorque, Boston, Manchester, Paris e Buenos Aires estão entre os exemplos internacionais que vem se reestruturando nos últimos anos.
Ambos os projetos apostam na restauração de pontos turísticos, que abrigam mais os interesses históricos e que já tiveram um apogeu relacionado a uma atividade econômica. Isso por ser dada a caracterização desses locais nos últimos anos pela violência, marginalidade, decadência das construções etc. Alguns grupos afirmam que investimentos do setor público e privado podem reverter esse quadro, tornando os locais mais atrativos, inclusive para novos investimentos, o que impediria que se iniciasse um novo empobrecimento após a recuperação.
De outro lado, apostam na iniciativa de revitalização dos centros urbanos para reproduzir um processo de "gentrificação", isto é, o enobrecimento de locais anteriormente populares, ou seja, ocupado por pessoas de baixa renda. O resultado desse processo seria a produção de uma cidade desigual, com a expulsão da população de baixa renda das regiões reestruturadas em prol de interesses econômicos das elites, que se beneficiariam. Nessa visão, a cultura serve apenas como uma forma de investimentos, uma mercadoria em torno da qual se formula um consenso sobre o que deve ser a cidade, financiado pelo capital privado e internacional.

Um comentário:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Cara Kristal,

São interessantes vários pontos que o teu texto toca... Se pararmos para olhar, com atenção, Porto Alegre, veremos que nosso centro (que não é o centro geográfico) sofre o mesmo tipo de depressão/ depreciação que teu texto ressalta! Ao invés de a população de alto poder aquisitivo buscar as zonas centrais da cidade, elas buscam as zonas periféricas que, normalmente, oferecem certas amenidades (tais como, vegetação, corpos d'água, afastamento da correria das grandes avenidas barulhentas, etc.). Assim, com o abandono das áreas centrais, a população de baixo poder aquisitivo, migra para lá... A total parada de investimento nas áreas centrais, fenômeno pelo qual passa Porto Alegre – tirante umas poucas re-estruturações, como o “camelódromo” –, é um exemplo, de mau gerenciamento do espaço por parte do Estado, órgão que deveria buscar um sempre melhor e maior bem-estar social...

Isso a gente vê com relativa facilidade, não é Kristal!? Mas pergunto: quais as outras formas de segregação espacial!?

Continuemos pensando...

Abraço do prof.,

Donarte.