sexta-feira, 29 de maio de 2009

Subdesenvolvimento em desenvolvimento.

Os países considerados subdesenvolvidos devem essa “classificação” principalmente a uma história (não muito distante), onde eram colonizadas, exploradas e dominadas político e economicamente. Quando essas colônias conseguiram conquistar a independência, as metrópoles (após a Revolução Industrial com uma produção e economia desenvolvidas) já estavam mais adiante. Sendo assim, as antigas colônias precisam de recursos das metrópoles para se desenvolver. É aí que surgem os problemas que até hoje caracterizam o subdesenvolvimento.

Não há um modelo padrão de país subdesenvolvido. Há países em situações mais críticas ou problemas mais graves, mas há também aqueles que atingiram certo grau de desenvolvimento industrial. Porém, há uma série de fatos que caracterizam todos esses países, tais como: a péssima distribuição de renda que gera enormes desigualdades sociais; a desorganização política e social, resultando em indicadores socioeconômicos de aspecto negativo. Há também uma série de fatos ligados à contínua dependência em relação aos países desenvolvidos, gerando eternas dívidas, o número maior (e mais caro) de importações em comparação com as exportações e, claro, cada vez mais dependência financeira e tecnológica.

Houve um tempo (após a Segunda Guerra Mundial) em que esses países eram chamados de “Terceiro Mundo” (fazendo referência ao terceiro Estado – dos “sem privilégio” – existente no Antigo Regime francês). Existiam, na época ainda, os países socialistas, que, todos (tanto os ricos quanto os pobres) constituíam o “Segundo Mundo”. E o “Primeiro Mundo” era o conjunto de todos os países capitalistas desenvolvidos economicamente. Essa nomenclatura deixou de ser usada no início da década de 1990, com o fim do mundo socialista. De forma semelhante, hoje em dia há geógrafos que abandonam o termo de país “subdesenvolvido”. Primeiramente passaram a chamá-los de “subdesenvolvidos economicamente”, defendendo o argumento de que grande parte dos países considerados “subdesenvolvidos” é rica em muitos aspectos, que não o econômico. Cita-se o exemplo dos solos mais ricos em minerais, ou outras riquezas da natureza, ou ainda riquezas culturais. Porém, analisando-se qualquer indicador social, observa-se que, sim, os países citados estão em nível inferior de desenvolvimento. Veio então o termo (por alguns, considerado um pensamento “freudiano”) de “países em desenvolvimento”, mostrando que há a possibilidade destes, um dia, chegarem a ser desenvolvidos. Se isso é realmente possível não se pode afirmar. Porém vêem-se muitas tentativas pelo mundo, podendo citar uma muito próxima a nós. Nosso governo atende às demandas internacionais. O Brasil. Um país considerado subdesenvolvido (ou melhor, “em desenvolvimento”), cuja política externa é melhor que a política interna. E é essa a “solução” que encontraram. Além disso, claro, há o fato de poder explorar bem essa era de conscientização ambiental, abusando das fontes renováveis e os bio-combustíveis. São, por enquanto, tentativas, mas não soluções. Se há esperança para o futuro, é o que crêem, porém, até hoje, não temos entre os países “desenvolvidos” nenhum “ex-subdesenvolvido”. Uma questão de tempo? Talvez. Porém isso pode nos mostrar o quão longo é o caminho a ser percorrido.

4 comentários:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Cara Yamini,

Poderias ter avançado até a nomenclatura, dada em aula, que prefere a denominação Países do Norte (para os altamente industrializados, ou ricos se se preferir) e Países do Sul (para os emergentes, ou pobres se se preferir). Caberia, então, feito isso, dizer que mesmo essa classificação, que pretende ser mais neutra, tem problemas...

Há outra coisa que me inquietou em teu texto. Em determinado momento, tu afirmas que: “Houve um tempo (após a Segunda Guerra Mundial) em que esses países eram chamados de “Terceiro Mundo” […]. Existiam, na época ainda, os países socialistas, que, todos (tanto os ricos quanto os pobres) constituíam o “Segundo Mundo”.”. Sobre essa asserção, pergunto: você conhece algum país socialista rico!? Para o caso de responderes Federação Russa, já antecipo que há controvérsias quanto a isto, pois, a Rússia passa, há anos, por uma série de problemas... O que pensas disso!?

Abraço do prof.,

Donarte.

Yamini C. Benites disse...

Embora eu não possa dizer "rico". Não necessáriamente porque não o seja (a Federação Russa, como tu comentaste), mas porque devo admitir que ignoro detalhes aprofundado quanto à economia Russa. Porém analisando a posição na qual a Rússia ficou, no fim da Segunda Guerra, e a influência que ela teve em todo o leste europeu, pode-se dizer que se ela não possui poder econômico, o poder político é forte. Lendo matérias sobre naves Russas que são lançadas, ou destroços de satélites russos que ameaçam cair na terra, além da suposição de que a NASA americana se preocupa constantemente com os equipamentos russos... bom, a partir daí eu posso deduzir um certo desenvolvimento, no mínimo científico e tecnológico. Além do mais, ela pode estar passando por uma série de problemas. Porém, além de não se tratar mais de um país de "Segundo mundo", atualmente com presidência, exceto os países escandinavos, quais são os países que não passam por problemas?

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Oi,
Certamente, além da Península Escandinava, há países que não passam por problemas como os da Federação Russa, tais como, Canadá, Nova Zelândia, Austrália, Japão, Coreia do Sul e Alemanha...
Att,
Prof. Donarte.

Yamini C. Benites disse...

Embora eu tenha apenas expressado a Escandinavia apenas como exemplo (talvez deveria me expressar melhor), e o objetivo central de meu texto seja mostrar minha opinião quanto à possição da Rússia, considerando ela um país, se não rico, pelo menos poderoso. E também o fato de que os "problemas" pelos quais ela passa, já não a incluem no "segundo mundo". Coisas centrais de meu comentário sobre as quais não opinaste. Além disso, tomando como referência a alemanha que eu tive o privilégio de conhecer, não acho que ela seja tão desenvolvida como os países escandinavos (ou - para ser uma comparação justa - com a Noruega, cuja terra também pude visitar).