domingo, 24 de maio de 2009

População X Centros Urbanos

A urbanização é um processo antigo que dura até hoje e visa à transição dos centros rurais para os urbanos, ou seja, é o crescimento da população urbana em decorrência do êxodo rural. Existem dois tipos de fatores que contribuem com o êxodo rural.
O primeiro são os fatores repulsivos que são aqueles que expulsam o homem do campo, como a concentração de terras, mecanização da lavoura e a falta de apoio governamental.
O segundo são os fatores atrativos, os quais atraem o homem do campo para as cidades com a expectativa de emprego, melhores condições de saúde, etc.
Um espaço pode ser considerado urbanizado quando o percentual de população urbana for superior a rural.
Hoje em dia, podemos dizer que o espaço mundial é praticamente urbano, mas antes isto não foi assim, pois durante muito tempo a população rural foi superior a urbana. Essa mudança se deve, em especial, ao processo de industrialização iniciado no século XVIII.
Obviamente, o processo de urbanização trouxe conseqüências, pois se pensarmos bem, o crescimento em demasia da população nestes centros urbanos não é saudável.
As “melhorias”, digamos assim, não passaram de ilusões, porque num país muito populoso, muitas vezes, as condições começam a ser precárias, pois há carência na saúde, na educação, no transporte e conseqüentemente nos empregos, fazendo com que o trabalho informal, vulgos “bicos”, passem a crescer. Lembrando que a poluição é a principal conseqüência, pois é a que não tem volta.
Pensando nisto, escolhi a cidade do México, que como o próprio nome já sugere, é a capital do México. Ela está localizada na porção Sul do Vale do México e é considerada a maior cidade do mundo, pois possui mais de vinte e dois milhões de habitantes em sua área metropolitana. Sendo assim, podemos atribuí-la o conceito de conurbação, pois esta cidade cresceu tanto que acabou por se unir a cidades vizinhas, sendo impossível perceber onde começa e termina a outra. Em uma conurbação, destaca-se a cidade que exerce influencia sobre as outras, a metrópole, que no caso é a cidade do México.
Também podemos atribuir a ela o conceito de megalópole, pois designa uma aglomeração de 10 milhões de habitantes para mais.
A capital do México lembra bastante São Paulo, pois ela é grande, densamente povoada, poluída e tem um transito horrível.
Nos dias de hoje, possui um imenso centro industrial, no qual se instalaram indústrias nacionais e estrangeiras. Se por um lado a indústria emprega grande parte da população e movimenta o comércio de todo o país, por outro, ela colabora para aumentar ainda mais os altíssimos níveis de poluição de ar, pois lá há falta de fiscalização, mesmo tendo gente para fazer este trabalho. Outro fator que colabora para a poluição é o número de carros e caminhões que circulam na área metropolitana, o que vem a causar uma série de doenças respiratórias na população local.
Sendo assim, posso afirmar que a cidade do México é considerada umas das metrópoles mais poluídas do mundo, se não a mais poluída.
Estando a beira de um colapso ecológico, nem as medidas oficiais de combate a emissão de poluentes surtiram efeito, levando o movimento ecologista a procurar seus próprios meios para alertar a população. Começaram a funcionar cabines de oxigênio no centro da capital mexicana.
Por 4000 pesos, uma pessoa poderá respirar ar puro por 90 segundos, o que aliviará muito pouco, pois serão apenas 10 cabines para mais de vinte e dois milhões de habitantes.
Para piorar, o vírus “A H1N1”, mais conhecido como gripe suína, teve inicio no México em abril de 2009. Explicando melhor, o que aconteceu foi que o vírus H5N1, que normalmente circula nos humanos, fez mutações e recombinações. O vírus recombinou-se com material genético de vírus de origem suína no México, criando assim a “gripe” suína, passando a ter a capacidade de se transmitir pessoa a pessoa.
Os sintomas são muito parecidos com os da gripe comum como: febre, dores musculares, cansaço, tosse, diarréia e vômitos.
Se observarmos, podemos fazer uma relação, pois a população da cidade do México já mostrava doenças respiratórias em função da poluição e agora com o vírus A H1N1, as pessoas menos resistentes (e até as mais) vão vir a falecer. Não sei ao certo quanto ao número, mas esta “gripe” já matou muitas pessoas na cidade do México. Com isto, podemos concluir que megalópoles favorecem a propagação de doenças.
Vamos ver se isto será capaz de servir como alerta para as pessoas perceberem que o mundo não é o mesmo da época de nossos pais, pois mudou muito e para a pior.
Muitas vezes, moradores de cidades urbanas, tomando como exemplo São Paulo, têm a impressão de que não sabem nada sobre a cidade, não conhecem os lugares de lazer, pois estão sempre correndo contra o tempo. Esta falta de tempo e a necessidade de consumir cada vez mais e mais faz com que diminuam as relações sociais com as pessoas, principalmente amigos e familiares, o que gera a sensação de estar sozinho, e conseqüentemente, trás doenças psicológicas. Sem falar nas doenças que a poluição gera.
Sendo assim, é importante pensar em sair de um lugar rural, no qual a qualidade de vida é superior a de um centro urbano, pois ir para um centro urbano, já no seu estado deplorável ou com muita gente tendo a intenção de ir para esse mesmo lugar em busca de melhoras de vida, pode ser considerado um suicido.
As pessoas não sabem que estão destruindo as próprias vidas, que é o nosso planeta. A ganância já ocupou e alienou o cérebro de muita gente e infelizmente já é um pouco tarde para todos voltarem atrás.
Podemos ter, digamos assim, a nossa última esperança, pois hoje em dia, em muitos lugares, está havendo o êxodo urbano, que significa a migração que se dá com a transferência de populações urbanas para um espaço rural, em busca de segurança, tranqüilidade e qualidade de vida.
Eu ainda continuo achando que mesmo ocorrendo o êxodo urbano, será muito difícil reverter o quadro de poluição presente nesta e em outras megalópoles. Isto porque não da para ter certeza que estas mesmas pessoas que irão deixar a cidade grande não vão começar a urbanizar o campo e consequentemente poluí-lo, pois elas podem mudar para outro lugar, a diferença é que o corpo muda para o lugar que queremos, porém, a mente permanece no mesmo estado, sólida e alienada.

2 comentários:

Jota disse...

Ola galerinha,

achei muito interessante a ideia de voces em seguir com o conteudo apresentado em aula para o blog. Dessa maneira, voces podem discutir e reforcar todo o conteudo que aprenderam.

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Texto excelente! Bastante reflexivo... Ele faz pensar acerca da seriedade com que o Estado (as autoridades que deveriam se preocupar com o bem-estar social) trata a oraganicidade de uma grande cidade como a Cidade do México... Nos leva a pensar, também, se este modelo de cidade pode se manter, e, se pode se manter, por quanto tempo e de que maneira...
Muito bem!
Prof. Donarte.