domingo, 27 de setembro de 2009

A História das Coisas - Corrigido

A História das Coisas
O filme "A História das Coisas" traz de forma clara o que a mídia não quer expor à sociedade: a realidade do trajeto dos produtos que consumimos. A sociedade até enxerga o lado negativo desse processo de produção, que vai desde a extração de recursos naturais, até a liberação de dióxido de carbono na queima do lixo transformado a partir do que havíamos consumido, porém, não associa com os porquês dos acontecimentos sobre os quais falarei agora. Nesse ínterim, trata-se dos prejuízos em que as pessoas se submetem por não terem muitas opções. Assim como na parte da extração de recursos naturais, as pessoas também saem prejudicadas na fábrica, no mercado, na residência e no lixo, as pessoas também saem prejudicadas, tanto moralmente quanto fisicamente, no que diz de sua saúde e direitos.Vivemos em um planeta finito, ou seja, os recursos que oferece um dia vão se esgotar, e mais ainda, não tem espaço para todo o lixo que as sociedades consomem e consumirão... mas o homem insiste em gerir um sistema linear de economia de materiais, e não percebe que não é possível associar um sistema linear de economia de materiais com um planeta finito. Creio que a maioria das pessoas saiba que esse sistema de produção existe, mas o que a maioria delas não sabe ou nunca parou realmente para refletir, é o que vai além do 'lindo' extrair-produzir-distribuir-consumir-tratar. O Governo enche o peito para dizer que abriu 5 novas empresas, que gerarão mais de 5 mil empregos. Faz isso porque sabe que o povo o apoiará e sentirá que tal Governo está realmente se importando com as pessoas... mas não está! Está se importando com ele mesmo, com seu próprio PIB, para poder concorrer com os demais países. Os milhares de empregos são consequências disso, porque, cá entre nós, por mais que seja interessante para um país ter um índice de desemprego pequeno, se tivesse máquinas que pensassem com cérebro humano, as empresas teriam somente um funcionário: seu próprio fundador. Isso porque máquinas AINDA não têm capacidade de raciocinar e decidir a melhor escolha, a marca de tinta mais barata para pintar a lataria de tal produto com que trabalham.Essas pessoas que trabalham nas indústrias de transformação de matéria-prima, ou em qualquer outra parte da economia de materiais, não são valorizadas/remuneradas como deveriam ser. As matérias-primas seguem para a etapa de produção, onde utilizamos energia para misturar químicos tóxicos com recursos naturais para produzir produtos contaminados, além de poluir o ambiente. Depois de prontos, quem consumirá os produtos tóxicos? As pessoas. Depois gastamos dinheiro pagando Plano de Saúde para tratar doenças como Asma e Câncer...O Governo, que deveria ser pelas pessoas e para as pessoas, é o maior investidor e incentivador de empresas, independentemente do grau de poluição, intoxicação que geram. Certo ele por apoiar o crescimento do país, mas não se importam com a proteção dessas pessoas que se expõem dia-a-dia aos tóxicos. Depois de transformada em produto, a ‘matéria-prima’ vai para o mercado para ser distribuída. Porém, o preço não corresponde ao processo integral da matéria prima até ser transformada em produto e ser posta para vender. Mas quem paga a diferença do preço real para o preço de mercado não são os chefes das indústrias, são aquelas pessoas que tiveram seu espaço destruído, aquelas que tiveram/têm seus salários baixíssimos, sem falar da exploração de algumas pessoas... Assim, já que essas pessoas “não precisaram” ser pagas e tratadas de forma justa, o preço dos produtos, nessa fase do processo (comercialização), pode ser mais baixo do que deveria, mantendo pessoas comprando sempre, que é o que mantém todo esse sistema –linear- de produção.
Então, após a compra/venda dos produtos, vem a parte do consumo, que deveria ser a parte mais protegida de todo o sistema. Algumas pessoas se valorizam de acordo com seu nível de consumismo. A mídia é a grande influenciadora dessas pessoas, principalmente nessa parte. Por causa disso, se vêem feios, com isso ou aquilo errado em seus corpos, aparência, etc. Insatisfeitos, aonde vamos? Às compras. Aí então, conseguimos ficar parecidos com aquela modelo da revista, ou aquela da propaganda comercial (PROPAGANDA COMERCIAL! Substantivo masculino).
. 2.Anúncio transmitido por emissora de rádio ou televisão. [Pl.: –ais.] Dicionário Aurélio). Mas quando estamos acabando de ficar parecidos com aquele padrão de beleza, nos informam que aquele padrão já é ultrapassado, e que agora, para ser bonito você tem que seguir o próximo padrão, e assim vai... Bom exemplo disso, é a moda, que muda constantemente para que as pessoas troquem seu guarda-roupas com mais frequência, que significa dinheiro para as empresas.O "final" de toda essa palhaçada que Governo-produção nos faz passar, mesmo que imperceptivelmente, é o tratamento desses produtos, chamado de LIXO quando não têm mais utilidade, ou melhor, quando nos dizem que não tem mais utilidade, quando nos levam a crer nisso. O aterramento desses lixos ocupa espaço terrestre, custam mais caro; e quando incinerados, se transformam em poluição para o meio ambiente.Assistindo o filme novamente, comecei a pensar nas coisas que eu faço para contribuir para esse sistema... e é muita coisa! Muitas pessoas dizem que para mudar, você precisa começar por você, o que não é errado, mas começando por você, só com você, sem ter pessoas que andem com você, não dá certo... É preciso descobrir a raiz do problema e atingir lá... Refletindo, eu sei onde está a raiz disso tudo, mas sei que não posso passar por cima dos meus valores, das coisas que eu acredito, para 'deter' esse problema. A Raiz-do-Problema não muda porque não existem pessoas suficientes para se rebelarem contra a forma com que conduzem a sociedade. O que eu acho é que, antes de Raízes-do-Problema, eles são pessoas, cidadãos. De valores, eu espero. Por alguns não terem valores, vemos todos os tipos de escândalos entre eles e os que afetam diretamente a sociedade (fora os que a mídia não revelam)... se dão o direito de achar que podem ter privilégios maiores que os da sociedade, simplesmente porque são os encarregados de dar justiça, reger leis e executar tais leis para a sociedade viver melhor.No final de tudo, vejo que cada um tem que fazer a sua parte aqui nesse mundo, por onde passamos só uma vez. Dinheiro, fama, e prestígio conquistados de forma prejudicial ao meio em que vivemos não carregamos conosco para sempre. Um dia morreremos e tudo ficará fazendo volume no Planeta Terra... De que valerá tudo o que conquistamos se não o fizermos com honestidade, sem nos aproveitarmos dos leigos? De que valerá nossa vida de muita fortuna e luxo, se não tivermos tido e repassado VALORES?

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