domingo, 20 de setembro de 2009

A História das Coisas

O filme "A História das Coisas" traz de forma clara o que a mídia não quer expor à sociedade: a realidade do trajeto dos produtos que consumimos. A sociedade até enxerga o lado negativo desse processo de produção, que vai desde a extração de recursos naturais, até a liberação de dióxido de carbono na queima do lixo transformado a partir do que havíamos consumido, porém, não associa com os porquês dos acontecimentos que vou lhe falar agora. Nesse ínterim, trata-se dos prejuízos em que as pessoas se submetem por não terem muitas opções. Assim como na parte da extração de recursos naturais, as pessoas também saem prejudicadas na fábrica, no mercado, na residência e no lixo, as pessoas também saem prejudicadas, tanto moralmente quanto fisicamente, no que diz de sua saúde e direitos.
Vivemos em um planeta finito, ou seja, os recursos que oferece um dia vão se esgotar, e mais ainda, não tem espaço para todo o lixo que as sociedades consomem e consumirão... mas o homem insiste em gerir um sistema linear de economia de materiais, e não percebe que não é possível associar um sistema linear de economia de materiais com um planeta finito. Creio que a maioria das pessoas saiba que esse sistema de produção existe, mas o que a maioria delas não sabe ou nunca parou realmente para refletir, é o que vai além do 'lindo' extrair-produzir-distribuir-consumir-tratar. O Governo enche o peito para dizer que abriu 5 novas empresas, que gerarão mais de 5 mil empregos. Faz isso porque sabe que o povo o apoiará e sentirá que tal Governo está realmente se importando com as pessoas... mas não está! Está se importando com ele mesmo, com seu próprio PIB, para poder concorrer com os demais países. Os milhares de empregos são consequências disso, porque, cá entre nós, por mais que seja interessante para um país ter um índice de desemprego pequeno, se tivesse máquinas que pensassem com cérebro humano, as empresas teriam somente um funcionário: seu próprio fundador. Isso porque máquinas AINDA não têm capacidade de raciocinar e decidir a melhor escolha, a marca de tinta mais barata para pintar a lataria de tal produto com que trabalham.
Essas pessoas que trabalham nas indústrias de transformação de matéria-prima, ou em qualquer outra parte da economia de materiais, não são valorizadas/remuneradas como deveriam ser. As matérias-primas seguem para a etapa de produção, onde utilizamos energia para misturar químicos tóxicos com recursos naturais para produzir produtos contaminados, além de poluir o ambiente. Depois de prontos, quem consumirá os produtos tóxicos? As pessoas. Depois gastamos dinheiro pagando Plano de Saúde para tratar doenças como Asma e Câncer...
O Governo, que deveria ser pelas pessoas e para as pessoas, é o maior investidor e incentivador de empresas, independentemente do grau de poluição, intoxicação que geram. Certo ele por apoiar o crescimento do país, mas não se importam com a proteção dessas pessoas que se expõem dia-a-dia aos tóxicos. Essas pessoas são compostas, em grande número, por mulheres em idade de reprodução. Agora, que pessoa se arriscaria a tal nível de toxicidade? Aquela que não tem outra escolha, que fora deixada sem recursos para sobreviver lá no local onde as indústrias realizam a extração de matéria-prima, pois para eles (Governo e Indústria) aquelas pessoas não são donas daquele espaço de terra, por mais que vivam lá há gerações. E o que acontece? Essas pessoas se mudam para as metrópoles, sem muitas condições constroem um barraquinho para viverem, vivem no coração do crime, das drogas... sem muita informação, algumas delas acabam se inserindo à essa vida. Aí o Governo não gosta dessas comunidades, mas quem deu a base para que isso acontecesse?
Depois de transformados em produtos, os recursos naturais vão para o comércio, para a distribuição. Lá, percebemos que o preço dos produtos vendidos não correspondem ao esforço das pessoas que fizeram com que esse produto estivesse ali. Por que isso acontece? Porque essas pessoas citadas por último 'pagaram' por isso. 'Pagaram' com seus salários baixos, com o êxodo rural intencional, sem falar da exploração de trabalho infantil, ou adulto mesmo, que não são mostrados... Tudo isso para manter o ciclo de consumo, com preços muito baixos.
Tudo o que falei até agora, nos leva para a seta dourada do sistema, a do consumo. Fatores levaram as pessoas a medirem o seu valor de acordo com o quanto contribuem para essa seta crescer sempre. A mídia é a grande influenciadora das pessoas, principalmente nessa seta. Por causa dela, nos vemos feios, com isso ou aquilo errado em nosso corpo, aparência, etc. Insatisfeitos com isso e conosco, vamos onde? Às compras. Aí então, conseguimos ficar parecidos com aquela modelo da revista, ou aquela da propaganda comercial (PROPAGANDA COMERCIAL! Substantivo masculino. 2.Anúncio transmitido por emissora de rádio ou televisão. [Pl.: –ais.] Dicionário Aurélio). Mas quando estamos acabando de ficar parecidos com aquele padrão de beleza, nos informam que aquele padrão já é ultrapassado, e que agora, para ser bonito você tem que seguir o próximo padrão, e assim vai... Bom exemplo disso, é a moda, que muda constantemente para que as pessoas troquem seu guarda-roupas com mais frequência, que significa dinheiro para as empresas.
O "final" de toda essa palhaçada que Governo-produção nos faz passar, mesmo que imperceptivelmente, é o tratamento desses produtos, chamado de LIXO quando não têm mais utilidade, ou melhor, quando nos dizem que não tem mais utilidade, quando nos levam a crer nisso. O aterramento desses lixos ocupa espaço terrestre, custam mais caro; e quando incinerados, se transformam em poluição para o meio ambiente.
Assistindo o filme novamente, comecei a pensar nas coisas que eu faço para contribuir para esse sistema... e é muita coisa! Muitas pessoas dizem que para mudar, você precisa começar por você, o que não é errado, mas começando por você, só com você, sem ter pessoas que andem com você, não dá certo... É preciso descobrir a raiz do problema e atingir lá... Refletindo, eu sei onde está a raiz disso tudo, mas sei que não posso passar por cima dos meus valores, das coisas que eu acredito, para 'deter' esse problema. A Raiz-do-Problema não muda porque não existem pessoas suficientes para se rebelarem contra a forma com que conduzem a sociedade. O que eu acho é que, antes de Raízes-do-Problema, eles são pessoas, cidadãos. De valores, eu espero. Por alguns não terem valores, vemos todos os tipos de escândalos entre eles e os que afetam diretamente a sociedade (fora os que a mídia não revelam)... se dão o direito de achar que podem ter privilégios maiores que os da sociedade, simplesmente porque são os encarregados de dar justiça, reger leis e executar tais leis para a sociedade viver melhor.
No final de tudo, vejo que cada um tem que fazer a sua parte aqui nesse mundo, por onde passamos só uma vez. Dinheiro, fama, e prestígio conquistados de forma prejudicial ao meio em que vivemos não carregamos conosco para sempre. Um dia morreremos e tudo ficará fazendo volume no Planeta Terra... De que valerá tudo o que conquistamos se não o fizermos com honestidade, sem nos aproveitarmos dos leigos? De que valerá nossa vida de muita fortuna e luxo, se não tivermos tido e repassado VALORES?

2 comentários:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Cara Kimberley,

Uma pequena sugestão:

O melhor não seria “não associa com os porquês dos acontecimentos sobre os quais falarei agora” ao invés de: “não associa com os porquês dos acontecimentos que vou lhe falar agora”. O que achas?! (Obs.: claro, é só um mero detalhe...)

Dúvidas, ou ainda, questionamentos para te instigar:

- Porque as pessoas “saem prejudicas moralmente”!? Podemos concordar que, fisicamente, para a saúde humana, o processo produtivo é prejudicial. Mas por que tal processo seria imoral!? Estou curioso... Gostaria mesmo de saber... Quero dizer, eu entendo teu ponto de vista, mas como argumentar a favor dele!?

- O teu último parágrafo tem a ver com o que foi colocado acima!?

Coisas que não entendi:

- “Os milhares de empregos são consequências disso, porque, cá entre nós, por mais que seja interessante para um país ter um índice de desemprego pequeno, se tivesse máquinas que pensassem com cérebro humano, as empresas teriam somente um funcionário: seu próprio fundador.” – explique melhor...

- “Isso porque máquinas AINDA não têm capacidade de raciocinar e decidir a melhor escolha, a marca de tinta mais barata para pintar a lataria de tal produto com que trabalham.” – explique melhor...

Atenção:

Toda a parte destacada abaixo, está, por demais, parecida com a fala da apresentadora do vídeo... Lembre-se que precisamos escrever com nossas palavras e nossas idéias...

“Essas pessoas são compostas, em grande número, por mulheres em idade de reprodução. Agora, que pessoa se arriscaria a tal nível de toxicidade? Aquela que não tem outra escolha, que fora deixada sem recursos para sobreviver lá no local onde as indústrias realizam a extração de matéria-prima, pois para eles (Governo e Indústria) aquelas pessoas não são donas daquele espaço de terra, por mais que vivam lá há gerações. E o que acontece? Essas pessoas se mudam para as metrópoles, sem muitas condições constroem um barraquinho para viverem, vivem no coração do crime, das drogas... sem muita informação, algumas delas acabam se inserindo à essa vida. Aí o Governo não gosta dessas comunidades, mas quem deu a base para que isso acontecesse?
Depois de transformados em produtos, os recursos naturais vão para o comércio, para a distribuição. Lá, percebemos que o preço dos produtos vendidos não correspondem ao esforço das pessoas que fizeram com que esse produto estivesse ali. Por que isso acontece? Porque essas pessoas citadas por último 'pagaram' por isso. 'Pagaram' com seus salários baixos, com o êxodo rural intencional, sem falar da exploração de trabalho infantil, ou adulto mesmo, que não são mostrados... Tudo isso para manter o ciclo de consumo, com preços muito baixos.
Tudo o que falei até agora, nos leva para a seta dourada do sistema, a do consumo. Fatores levaram as pessoas a medirem o seu valor de acordo com o quanto contribuem para essa seta crescer sempre. A mídia é a grande influenciadora das pessoas, principalmente nessa seta. Por causa dela, nos vemos feios, com isso ou aquilo errado em nosso corpo, aparência, etc. Insatisfeitos com isso e conosco, vamos onde? Às compras. Aí então, conseguimos ficar parecidos com aquela modelo da revista, ou aquela da propaganda comercial (PROPAGANDA COMERCIAL! Substantivo masculino.”

Continuemos a pensar...

Abraço,

Prof. Donarte.

Kimberley disse...

-O processo em que os trabalhadores se submetiam seria moral se eles tivessem direitos trabalhistas, e não serem tratados como máquinas. Serem tratados como máquinas significa que eles tinham que fazer o que lhes era imposto, sem a preocupação ou até o respeito de seus chefes em levar em consideração que esses trabalhadores também são pessoas como eles, e que devem ser respeitados acima de qualquer coisa, acima de qualquer relação ‘empregado x empregador’.

-Meu último parágrafo não tem nada a ver com o que foi colocado acima, se pensares na continuidade do texto... se pensares onde quero chegar com isso, verás que o meu último parágrafo tem tudo a ver com o texto que produzi. Ou seja, meu texto fala sobre respeito, ética e moralidade, coisas que faltavam naquela época, quanto à relação ‘empregado x empregador’. Não que hoje isso não exista, mas existem leis que protegem o empregado, então, se acontece, é em proporção menor. Claro que existe o preconceito, a exclusão social por vários fatores, mas isso é assunto pra outro texto...

-Eu fiz esse texto antes da tua última aula, onde tu falaste exatamente sobre isso, então, lembrei dessa parte do meu texto... nessa aula, tu explicaste como isso funciona e o porquê, e eu assenti.

-Mesmo caso.

-Isso não é cópia da internet, é uma interpretação do vídeo... eu só utilizei as mesmas palavras pra descrever esses processos, mas a forma foi bem diferente... mas enfim, fiz um outro trecho, substituindo esse, e publiquei de novo.

Abraço,

Kimberley.