sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Revoluções Industriais

A Primeira Revolução Industrial foi certamente marcada pela invenção das máquinas, principalmente a movida a vapor, que era alimentada pelo carvão. A estrutura política da época sofreu um grande impacto, a nobreza, antigamente no poder, perde seu lugar para a burguesia. A significativa mudança política e a ideologia burguesa se refletem no nosso modo de pensar e de lidar com o mundo.
Uma grande evolução tecnológica aconteceu de uns tempos para cá, mas a mentalidade econômica burguesa continua praticamente a mesma. Eles continuam com o pensamento focado para o lucro e deixando na obscuridade os direitos da população.
A mudança da manufatura para a maquinofatura revolucionou o modo de produção das três Revoluções Industriais. Uma produção em série, mais rápida e ágil, diminuiu o preço dos produtos e incentivou o crescimento do consumismo, o qual trouxe junto consigo a política do “usar e jogar fora”. Esta produção acelerada mudou a velocidade do mundo de hoje. Atualmente somos todos muito apressados, a vida útil das coisas é propositalmente menor, o design, cores e formas das coisas estão constantemente mudando e ciclo vicioso e inútil acaba beneficiando única e exclusivamente os burgueses.
Desde aquele tempo o trabalho vem sendo assalariado, o que consegue manter a desigual relação entre patrão e empregado. A vasta gama de empregos e o dinheiro atraíram milhares de camponeses que refletiu no êxodo rural. Estes milhares de emigrantes acabaram por causar seus próprios problemas, pois o desemprego apareceu rapidamente.
A característica que define todas as Revoluções Industriais é a energia elétrica. Esta moveu e move o mundo até hoje e segundo Caron a “luz” permitiu uma maior e melhor produção.

3 comentários:

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Caro Ricardo,

Na “lógica” capitalista, segundo Marx, o desemprego tem a sua razão de ser. As pessoas que não têm trabalho e que engrossam as fileiras de miseráveis, segundo o pensador alemão, são o literal “exército de reserva”, do qual o capitalismo dispões para manter os que estão empregados atentos à seu emprego que, a qualquer momento, pode ser perdido, pois, “se ele não quiser, há muitos que querem”. Assim, para Marx, o “exército de reserva” serve para pressionar o “exército dos empregados”, digamos assim.

O que pensas a respeito disso!?

Obs.: não sou marxista, tá!? Só estou chamando a atenção para uma tese que parece ser interessante!

Ricardo Moussalle Racic disse...

Parece ser outra técnica que nosso sistema atual utiliza-se para manter em movimento a economia de materiais. O processo em que vivemos, amedronta muitos pelo fato de o mercado de trabalho exigir muito dos novos trabalhadores. Ao completar um especialização, pós-graduação e tudo mais temos em mente que devemos ser melhores e melhores, pois sempre haverá alguém mais experiente. Por isso, acho que quando temos um emprego não devemos nunca nos sentir estabilizados, pois no momento que alguém melhor que eu se disponibilizar, lógicamente perderei meu emprego. Esta lógica também tem um porém, um profissional muito bom com várias especializações, mestrado, doutorado se torna muito caro para o contratante. Estas são consequências, podemos dizer ruins, do capitalismo que acaba fazendo um tipo de "seleção natural" com as pessoas despreparadas e que não consomem, que não contribuem para o consumismo louco em que vivemos atualmente.

Donarte N. dos Santos Jr. disse...

Estimado Ricardo,
É realmente uma questão problemática. Há um livro, já de certa forma antigo, mas que, apesar disso, guarda certo frescor de atualidade porque toca justamente neste ponto: o da instabilidade do emprego. Trata-se de “O fim dos empregos: o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho”, de Jeremy Rifkin.
Rifkin foi, durante muito tempo, assessor dos presidentes norte-americanos, e, justamente por isso, sabe o que escreve em termos de tendências de Mercado. A tese central do livro dele é justamente essa (que muito bem colocaste): nada garante que um profissional venha a ter sucesso em sua carreira profissional. Mesmo que uma pessoa venha a investir em cursos e mais cursos, especializações e mais especializações, estará, doravante, na nova lógica do Capitalismo, sempre atormentada pelo fantasma do desemprego. Rifkin comenta que, antigamente, formar-se em uma profissão, médico, por exemplo, era a garantia de sucesso. A pessoa tinha, na grande maioria das vezes, emprego garantido e trabalharia nisso a vida toda. Hoje, porém, isso não é mais assim. Há empregos extremamente novos, e, portanto, cursos extremamente novos. Assim, atualmente, existem atividades que não existiam há anos, e que, surgindo dentro da lógica do acirramento do Capitalismo (o Neoliberalismo), foram forçando os trabalhadores a se forjarem de forma diferente. Em outras palavras, nada mais parece certo no mundo dos negócios, segundo Rifkin. As coisas perderam de forma tão acentuada a sua forma antiga que já se fala em “Tempos Líquidos” – essa última, uma noção mais moderna, título de outro livro, desta vez, de Zygmunt Bauman (sociólogo polonês).

Porém, temos de tomar certo cuidado com tais pontos de vista, pois, os mesmos podem nos levar a desistirmos de uma vida de estudos, por exemplo. Eu ainda prefiro pensar que a seguinte máxima tem valor, sobretudo nos dias de hoje: “Ruim com estudo, pior sem ele!”. Escrevo isso porque tudo o que foi escrito até agora, pode nos levar a pensar que o estudo não serve para muita coisa. Tremendo engano.

Embora, na prática, uma pessoa sem estudo possa chegar até a presidência da república, penso que não devemos estudar pensando no Mercado, mas pensando em nós mesmos! Prefiro pensar no estudo como roupa da alma, alimento do espírito e consagração. Utópico!? Pode ser... Mas se todos invertessem a pergunta “O que eu quero da vida?”, talvez tivéssemos um mundo melhor por natureza!

Para ir além:

Ler (ainda que sejam somente algumas partes):


- RIFKIN, Jeremy. O fim dos empregos : o declínio inevitável dos níveis dos empregos e a redução da força global de trabalho. Rio de Janeiro : Makron, 1996. 348 p.

- BAUMAN, Zygmunt. Tempos líquidos. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. 119 p.

E, na Internet:

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Jeremy_Rifkin

- http://pt.wikipedia.org/wiki/Zygmunt_Bauman


Para ler um ponto de vista totalmente contrário, ver, por exemplo:

- http://www.sergipe.com.br/josenito/cursos/economia_politica/8_fim_dos_empregos.pdf

Abração do prof.,

Donarte.